quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Mogi Mirim, Que Aventura (final)

Putz... Correria monstro! Toca em show ali, dá aula acolá... Enfim! Chegou a hora de atualizar o diário. Antes tarde que mais tarde ainda...

Partimos de Mogi Mirim às 13:35 sem saber que a aventura começaria  naquele momento. Fizemos uma oração para que Deus nos guardasse de todo e qualquer "impropério"... E livrou!!!

Paramos no posto a apenas 3 Km da saída. Verificada de pressão dos pneus, estimativa de apenas duas paradas, uma a cada 300Km e pé na estrada.

Acho que já disse aqui que, comparado à Brasília, as vias estaduais de São Paulo são um sonho. O GPS indicava que à 115Km teríamos que sair da Adhemar de Barros (SP-340) e pegaríamos uma via estadual menor para cair na Anhanguera. Comecei o pique à apenas 100Km/h mas a estrada me chamava, o carro me dava confiança e logo logo a velocidade de cruzeiro já era entre 130 a 150 Km/h.

GPS deu aquele pequeno apagão de novo mas como eu já havia estudado previamente a rota não perdi a saída, entretanto haviam duas outras saídas. Daí paramos um minutinho apenas para perguntar onde seria a SP-215. Informação dada... Seguimos.

Neste momento o ponteiro da temperatura começa a subir. Quando percebi ele já estava descendo novamente pois a velocidade já estava a cerca de 90 Km/h e o ar refrigerava o motor. Entretanto, só foi pegar um trânsito mais pesadinho que a temperatura foi lá pra cima. Encostei.

Cadê a água? Verifiquei antes da saída e estava tudo certo!!! A água simplesmente sumiu!!!

Coloquei água no sistema novamente mas o carro não queria pegar... Esperamos um pouco e o carro pegou... Menos de 20 km depois ele esquentou novamente e mais rápido... A água estava fervendo agora e já tinha sumido um bocado.

Liguei para a concessionária do trecho e o guincho apareceu bem rápido.

O Sr. do guincho disse que estava autorizado a me deixar apenas na próxima cidade, Porto Ferreira, mas como era domingo ele poderia alegar falta de recursos e tentar me deixar na Anhanguera. Dito e feito.

Reparem o tipo de reboque. Na hora nem me atentei! Apenas quando o Guincho estava a 90 Km/h!

Ele me deixou num ponto da Anhanguera que tinha um "Mexânico", como ele mesmo definira. O "mexânico" era um sujeito muito engraçado, piadista, contador de estórias nato! Foi bom para descontrair o momento de tensão... Ele me recomendou tirar a válvula termoestática pelo menos para chegar em Brasília. Tirou o ar do sistema, fez testes de ventoinha, uma "groja" para agradecer principalmente pela estória das meninas de sua época de adolescência que queriam ficar loucas, bem, deixa isso pra lá... kkkkkkk. Mas teve um vazamento que chamava a atenção. O "mexânico" também percebeu que o barulho do escapamento não era bom. Tentou arrumar e assim que começou a desmontar armou uma chuva braba!

Uma poça de óleo se formou em cima da admissão


Nesse meio tempo uma das caronas estava com o pai ao telefone. O pai dela simplesmente faz serviços de motores para a FAB. Apenas descrevendo por telefone ele pode dar um diagnóstico preliminar do carro mas afirmou: Sim! É possível chegar em Brasília!

Como já tínhamos feito uma parada em apenas 130Km tentei pensar como estrategista: Encher o tanque e fazer "stints" maiores, 2 de 400 Km pra ser mais exato, e completar os fluídos inclusive óleo motor. Era uma tática perfeita. Tudo ia dar certo! Pegamos a estrada novamente. O carro parecia se comportar bem...

Como o carro deu confiança de novo voltamos ao ritmo 130 a 140 Km/h. Passamos pelos pedágios e o carro não esquentou! Passamos da divisa de estados SP/MG e estava tudo certo. Depois de Uberlândia teve um trânsito mais pesado. Imaginei que esquentaria e foi exatamente o que ocorreu.

Bem ao cair da noite parei num ponto de apoio de caminhoneiros. Mesma novela! A água sumiu, o óleo empoçado na admissão e mesmo depois de esfriar o motor e completar tudo o carro simplesmente não pegava. Essa foi a parada mais longa.

Dai tinha alguns caminhoneiros que estavam vendo minha aflição e acabaram vindo me perguntar o que estava ocorrendo. No momento eu já havia desistido de continuar pois iria pegar uma estrada no escuro sem ter um carro com condições favoráveis. 

Liguei para casa e expliquei a situação. Iríamos chegar às 23hs mas estávamos a menos da metade do caminho às 21hs.

Um dos caminhoneiros já deixava o ponto de apoio e viu meu carro com uns 3 caminhoneiros debruçados e parou: "Eu tenho um carro desse mesmo modelo! Qual é o problema?" - Eu não sabia que Deus mandava anjos em forma de caminhoneiros!

Começou a aula de mecânica Honda!!

- "Primeiro que sua junta do cabeçote foi pro brejo!!!" - avaliou.
- "Como?" - contestei mostrando a vareta e a tampa do óleo sem nenhum sinal da famosa borra da mistura de água e óleo que carateriza a tal queima.
- "O contrário também acontece, amigo!" - metendo o dedo dentro do radiador e me mostrando a tal borra.

E o mané aqui avaliando pelo lugar errado e crente que estava tudo certo!!!

"Mas dá pra chegar em Brasília! Seguinte! Faremos uma ligação direta da ventoinha e pega leve! Esquentou pára na mesma hora!"

McGayver existe!
Eis um clipe de papel fazendo ligação direta foi devidamente fixada com uma fita isolante (mas poderia ser um chiclete!)
Neste momento novo telefonema do pai da carona. Ela informou o que foi feito e ele recomendou paradas de 150Km ou hora em hora para avaliar o líquido de arrefecimento.
No momento que saíamos acreditam que o cinto do motorista travou e não queria soltar?

Como fiquei com um medo desgramado que o carro esquentasse novamente com 90 Km percorridos vi um posto. Não tive dúvidas! Parei mesmo!

Já era meia-noite e a velocidade agora era entre 50Km/h a 90 Km/h. A água não desceu nenhum milímetro e a temperatura às vezes caia abruptamente e esquentava progressivamente várias vezes sem passar do meio.

Paramos nessa média mesmo, a cada mais ou menos 100km. Logo enfrentaríamos um trecho mais longo sem postos (abertos na madrugada pelo menos). Paramos em Catalão, aquele mesmo posto da ida. Ao abastecer novamente (sim, perdi totalmente o controle de quando e quanto abastecer e, na dúvida, enchi de novo) o carro ficou mais pesado e assim que saímos do posto ouvimos algo se arrastando. Voltamos ao posto e ao levantar o carro tivemos a seguinte visão:

A única explicação para tal rombo era a posição do carro no guincho a 90Km/h, lembram???
Com o terminal do escapamento lascado a solução era andar mais e mais lento. Decidimos continuar assim. Bem que eu tentei! Mas eu estava preocupado com a água. Em um certo momento no meio do breu da estrada vejo umas luzes fortes. Pensei que seria uma posto mas ao me aproximar vi que era tipo uma usina de grãos. Me desconcentrei uns 2 ou 3 segundos o suficiente para que o carro caísse as rodas da direita no acostamento. Daí acabou de arrebentar o escapamento de vez. Eu gostaria que esse negócio se despregasse de uma vez mas ficamos arrastando esse trem por mais uns 40Km até o Posto Ponte Alta. Enquanto aproximávamos todo mundo ficou olhando aquele showzinho de faíscas. Eu logo desci do carro e já fui tirando o que restou...

Esqueci de registrar o terminal pendurado no carro...



Olha o estado!!!
Daí pra frente o grande vilão era o sono. Embora, com o escapamento aberto e com um barulho desgramado, os reflexos já eram mais os mesmos. Devo ter pegado pelo menos uma multa naquela região entre Luziânia e Santa Maria...(atualização em 28/11: até hoje não chegou nenhuma!!!) Tomei uns 800ml daquela famosa bebida que contém taurina. Essa bebidinha não é de Deus não! Fiquei pilhado até quase 11 da manhã...

Chegando ao destino 11hs depois do previsto.

Temperatura não passou disso aí...

Regresso à Sancar pela tarde.

A Aventura de Mogi Mirim acabou... Mas ainda teríamos algumas aventuras menores...


sábado, 2 de novembro de 2013

Mogi Mirim, Que Aventura (2)

Então, na sexta-feira pela manhã tivemos folga. Peguei o carro e levei uns colegas para a cidade. Eles queriam resolver alguns problemas e eu só queria dar uma volta mesmo. Mogi Mirim ficava a 5 Km do local mas, considerando o lado da rodovia, precisamos fazer um retorno mais a frente aumentando 2 Km.

No centro de Mogi só há estacionamentos com parquímetros. Enquanto o pessoal andava pela cidade eu dirigia pelas ruas. Estava um calor gigante! Então, o primeiro susto: o ponteiro de temperatura vai lá pra cima.

Impossível saber se esse vapor era do radiador. Mas isso estava estranho...
O carro não liga e daí entro em pânico. Tentei conversar com alguns mecânicos locais mas tive a idéia de ligar para a Sancar em Brasília. Por telefone me deram algumas dicas para que eu fizesse um diagnóstico preliminar do carro.

Vazamento de óleo preocupou.
Algumas dicas o carro pega. Mas a rotação do motor está esquisita... Ainda tá estranho... Temperatura sobe no painel, ventoinha não arma... Continuo falando com o pessoal da Sancar para ver se me ajudam por telefone... O carro já andava mas visivelmente com algo errado... De repente a rotação voltou ao normal. O carro pôde andar novamente...

Carro parado no Km 155 da SP-340
Entretanto, a melhor dica da Sancar foi indicar uma oficina da Rede Bosch perto. Pena que não pude levar na mesma hora por conta das aulas do curso. Meti o endereço no GPS e sábado de manhãzinha eu já estava lá. O Odiran da Sancar ligou para eles e informou detalhes do fato. O Márcio da Irmãos Corsini já tinha conhecimento do ocorrido.

Cheguei na Corsini antes mesmo de abrir.

O Márcio foi muito solícito e verificou todo o sistema de arrefecimento do carro. Não encontrou vazamentos de água e também ficou surpreso com a temperatura. Para ele o carro estava normal mas o correto era que eu pudesse deixar o carro para maiores testes. Perguntei se dava para chegar em Brasília e ele me recomendou viajar de dia por conta de recursos. "Provavelmente você precisará!". Enfim, aparentemente o carro estava ok mas não passou segurança para o Márcio, ele queria investigar mais... Mas eu não poderia ficar...

Então fiz uns testes por conta própria na mesma tarde e noite de sábado. Nenhum indício, nadinha, a água não desceu um milímetro...

Informei o problema aos caronas e eles se mostraram otimistas... Pegamos a estrada no domingo depois do almoço...

Momento em que saíamos do Soltanieh. Agora sim, a aventura começa de verdade!!
Continua...

PS: Só pra me deixar com inveja, olha o que achei na internet...


Tem até video...